
Ela entrou como um pássaro
no museu de memórias.
E no mosaico em preto e branco
pôs-se a brincar de dança
Não soube se era um anjo,
seus braços magros
Eram muito brancos para serem asas,
mas voava,
Tinha cabelos inesquecíveis,
assim como um nicho barroco
Onde repousasse uma face de santa
de talaha inacabada
Seus olhos pesavam-lhe, mas não era modéstia
Era medo de ser amada; vinha de preto
A boca como uma marca do beijo na face pálida.
Reclinado, nem tive tempo de achar bela,
já a amava.
Vinícius de Morais
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