Não sei aonde vou
com os meus olhos cansados
em não ver-te chegar.
Das águas turvas
em que resolves-te
se aventurar.
Bem longe, dos meus braços
das minhas mãos
que buscam sempre
te alcançar.
Assim, como num sonho
em que tudo é tão próximo
e, ao mesmo tempo
tão distante.
Como o teu beijo último
que ainda sinto,
em meus lábios pousar.
Doce, perdido
como a solitária ave
que voa pelo mar.
Gleice Solozabal