sábado, 12 de março de 2011

Abstração

Há uma tristeza,
que vejo em mim habitar,
persistente,
se escondendo, as vezes,
no silencio dos meus lábios
ao mesmo tempo em que se revela,
sem pudor, nas frestas do meu olhar.

E nos meus olhos vem dançar,
em tênues oscilações,
me arrastando e me trazendo
como as ondas de um revolto mar.

Acabo me perdendo,
não sei se sou triste ou se é
apenas um momento em que
parei para pensar...

Na distancia que sinto
em perceber
que não pertenço a nenhum lugar.

Gleice Solozabal.



domingo, 6 de março de 2011

Não havia tanto silencio em mim



Não reconheço mais
aqueles olhos tão profundos
que agora se furtam aos meus
como, se nada mais, houvesse entre nós.

Se escondem, deslizando pelas sombras
num silencio confuso
que embarga a minha voz.

E fico sem saber o que pensar o que dizer,
perdida entre a densa névoa
que vejo turvar os teus olhos
enquanto a noite se aproxima em sua alma
sem que eu possa ver um amanhecer.

O que poderei fazer, se a distância,
de mim, já se apossou por inteiro,
tornando-se o único elo entre nós,
como em um sonho; vazio
em que não vejo teus olhos,
não sinto teu corpo...
não ouço nem ao menos ... a tua voz...

Gleice Solozabal.