sexta-feira, 15 de julho de 2011

Lábios cerrados


Por que há tanto silencio em mim?
Por que me deixei calar,
enterrando minha voz
em algum abismo
no fundo do mar...

Da minha alma,
sepultada em uma espera
que não sei precisar
mas que, às vezes, se faz tão constante
nestes doces olhos cansados de chorar.

O que sei de mim?
se meu corpo flutua em um espaço
que não sei mensurar
apenas flutuo, sem destino
por um puro e terrível medo...
de sonhar.

Apenas sonhar,
vivendo neste sonho
sem qualquer medo de acordar...


Gleice Solozabal

domingo, 12 de junho de 2011

Retorno


Só não choro com a tua ausência
porque o perfume que em meu corpo deixou
naquele abraço de despedida
é o suficiente para me lembrar
que, em breve você voltará para a minha vida.

Só não choro meu amor
porque o gosto que em minha boca deixou
naquele beijo de partida
é o suficiente para me lembrar
que, em breve você voltará para a nossa vida.

Tão suave como o vento que a manhã desperta
sem fazer da doce vigília, apenas...
uma noite esquecida.

Gleice Solozabal

sábado, 12 de março de 2011

Abstração

Há uma tristeza,
que vejo em mim habitar,
persistente,
se escondendo, as vezes,
no silencio dos meus lábios
ao mesmo tempo em que se revela,
sem pudor, nas frestas do meu olhar.

E nos meus olhos vem dançar,
em tênues oscilações,
me arrastando e me trazendo
como as ondas de um revolto mar.

Acabo me perdendo,
não sei se sou triste ou se é
apenas um momento em que
parei para pensar...

Na distancia que sinto
em perceber
que não pertenço a nenhum lugar.

Gleice Solozabal.



domingo, 6 de março de 2011

Não havia tanto silencio em mim



Não reconheço mais
aqueles olhos tão profundos
que agora se furtam aos meus
como, se nada mais, houvesse entre nós.

Se escondem, deslizando pelas sombras
num silencio confuso
que embarga a minha voz.

E fico sem saber o que pensar o que dizer,
perdida entre a densa névoa
que vejo turvar os teus olhos
enquanto a noite se aproxima em sua alma
sem que eu possa ver um amanhecer.

O que poderei fazer, se a distância,
de mim, já se apossou por inteiro,
tornando-se o único elo entre nós,
como em um sonho; vazio
em que não vejo teus olhos,
não sinto teu corpo...
não ouço nem ao menos ... a tua voz...

Gleice Solozabal.





domingo, 13 de fevereiro de 2011

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

ANJO CAÍDO


Seria eu, um anjo caído, de suas mãos?
Desencontrada de minha tola sacralidade,
que deixei esquecida,
para morrer em minha falta de razão?

Experimentando todas as vaidades mortais,
sem medo da culpa, da punição,
dos julgamentos morais.

Para viver um instante em teus braços
os restos de uma eternidade fugaz,
que se vai com o tempo
sem deixar nada para trás...

Gleice Solozabal.