Olho-me no espelho
e não vejo nada
além das sombras
do meu pensamento,
vagando, silencioso
neste triste sentimento
que do meu peito
desperta,
sem medo
prendendo-me
em um mundo paralelo
ao que estou vivendo
E mesmo tão presa
tão impotente
luto para sair
e viver um pouco
o que há além de mim
pois não há muito tempo,
quando menos se espera
tudo cessa,
tudo se vai
como levado pelo vento.
Gleice Solozabal
Não se pode negar a imensa beleza poética desses versos, e não se pode impedir o coração de sentir essa profunda inquietude de alma, a busca desse paralelismo noutra realidade, para além do espelho, para além do que somos obrigados pela razão a crer que é a realidade.
ResponderExcluirO lindo e dramático verso “pois não há muito tempo” e os seguintes nos põem num suspense em nós mesmos. O poema tem o poder de nos remeter às mesmas inquietações.
Viver intensamente talvez não fosse a resposta ideal, se também não fosse a única que possuímos...
Lindo, lindo, Gleice!!!
Abraço carinhoso.
Lello