quarta-feira, 29 de setembro de 2010

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

A vida é um sonho...


A vida é um sonho
tão próximo da realidade,
que algumas vezes
se confunde a ela.
Quando isso acontece
chamamos de felicidade!

Gleice Solozabal

Presença



Dizei-me o que há em mim
que não vejo outro destino
a não ser estar bem perto de ti?

Mesmo em iludidos momentos
em que paro para te perceber
e constatar que não vives
apenas em meu pensamento.

Mas está aqui, ao meu lado
olhando-me em segredo
em discretos sorrisos
dos quais não percebo...

Às vezes,

entre a minha distancia
e o teu silencio,
tão calmo, pedindo-me
nessas surdas palavras
para não te esquecer
e apenas
te amar...

Gleice Solozabal




domingo, 26 de setembro de 2010

Eu Sei Que Vou te Amar



Eu sei que vou te amar
Por toda a minha vida eu vou te amar
Em cada despedida eu vou te amar
Desesperadamente, eu sei que vou te amar
E cada verso meu será
Prá te dizer que eu sei que vou te amar
Por toda minha vida
Eu sei que vou chorar
A cada ausência tua eu vou chorar
Mas cada volta tua há de apagar
O que esta ausência tua me causou
Eu sei que vou sofrer a eterna desventura de viver
A espera de viver ao lado teu
Por toda a minha vida

Tom Jobim

Composição: Tom Jobim / Vinícius de Moraes

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Nostalgia


Não sei o que há em mim
não tenho pensado muito e
vivo os dias sem nenhum encanto...
Sem grandes risadas,
sem silenciosos prantos.

Não vejo mais aquela menina que
pega de surpresa, dizia estar
apenas, pensando...


Em que lugar meus olhos se perderam,
que não enxergo mais as doces ilusões
e a magia fugaz de sutis momentos?

Sinto-me perdida,
cruelmente aprisionada
na realidade dos meus dias
sem a liberdade dos meus sonhos
que dão algum sentido à minha vida.

Desejo, profundamente, ser de novo
aquela menina, que via um universo
tão somente em seus olhos furtivos
cheios de incógnitas, de reversos,
de suaves e delicados desvarios...

Sei, que apesar de tudo, ela ainda está aqui
vagando nos inertes ventos do meu espírito
esperando algum momento para retornar
deslizando docemente entre o meu pensamento
e o meu desejo de voltar, como antes, a sonhar...

Gleice Solozabal






domingo, 19 de setembro de 2010

Dois amantes...


Dois amantes felizes não têm fim nem morte,
nascem e morrem tanta vez enquanto vivem,
são eternos como é a natureza.

Pablo Neruda

Sem palavras


Não sei ao certo
o que dizer nesse momento
em que pela primeira vez
vejo teus olhos além do espelho.

Agora só sei dizer:
Silencio...

Mais nada.

Deixa que os corpos falem
na medida do desejo
da minha alma
do meu anseio

em estar em você
assim como
você está em mim.

Mais nada.

Gleice Solozabal.

domingo, 12 de setembro de 2010

Amar:


Amar:

Fechei os olhos para não te ver
e a minha boca para não dizer...
E dos meus olhos fechados desceram lágrimas que não enxuguei,
e da minha boca fechada nasceram sussurros
e palavras mudas que te dediquei...

O amor é quando a gente mora um no outro.

Mario Quintana.

Finitude...





Não sei dizer ao certo
o quanto amo você.

Mas sei que não queria
que fosse tanto assim.

Talvez, pelo bobo medo
de te perder...

Em algum momento
da minha vida.

Não quero pensar nisso agora
quero apenas viver
o que há de melhor em mim
em você...

E esquecer que tudo acaba
um dia com a chegada da morte
ou no meio da vida...

E espero profundamente
que não seja por este.

Gleice Solozabal

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Rivers of Lust, Tarja Turunen

Valsa




Assim abandonada em teus braços
me deixo guiar
nessa vertiginosa dança
sem medo de amar...

Amar enquanto ainda há vida
e podemos nos embriagar desse amor
doce e venenoso
até o momento de nossa partida...

Até a morte,
a unica mulher,
jamais iludida....

Gleice Solozabal

Meus sonhos me devoram



Sonhar vivendo é bom,
mas viver sonhando é ilusão!

Literatura Fantástica

Entre as cinzas



Não deixei meu sapato
como rastro do meu destino
Não quis ser encontrada
por um príncipe,
que não passa de desvario

Não quero me iludir,
por isso meus pés
não estão descalços
e não me ponho a mirar
as portas esperando
que elas se abram
para que eu possa sair.

Preciso viver por mim
ao mesmo tempo que
não consigo evitar
pensar em alguém
não muito longe daqui.

Em um lugar do qual
não deixei meus sapatos
mas um pensamento
sutil,
entre minha razão
e meu inevitável sentimento.

Gleice Solozabal

domingo, 5 de setembro de 2010

Apenas palavras



Apenas palavras
que valsam em meus olhos
distantes
do meu corpo
e tão perto da minha alma
Tão perto que posso sentir
seu hálito em meus lábios
me dizendo pra voltar.

Gleice Solozabal

domingo, 22 de agosto de 2010

Escapist - NightWish

A verdadeira historia da pequena sereia




Adaptado do conto original de Hans Christian
Andersen

Muito longe da terra, onde o mar é muito
azul, vivia o povo do mar. O rei desse povo tinha seis filhas,
todas muito bonitas, e donas das vozes mais belas de todo o mar,
porém a mais moça se destacava, com sua pele fina e delicada como
uma pétala de rosa e os olhos azuis como o mar. Como as irmãs, não
tinha pés mas sim uma cauda de peixe. Ela era uma sereia.
Essa princesa era a mais interessada nas histórias sobre o
mundo de cima, e desejava poder ir à superfície; queria saber tudo
sobre os navios, as cidades, as pessoas e os animais.
— Quando você tiver 15 anos — dizia a avó —
subirá à superfície e poderá se sentar nos rochedos para ver o
luar, os navios, as cidades e as florestas.
Os anos se passaram... Quando a princesa completou 15 anos
mal pôde acreditar. Subiu até a superfície e viu o céu, o sol, as
nuvens... viu também um navio e ficou muito curiosa. Foi nadando
até se aproximar da grande embarcação. Viu, através dos vidros das
vigias, passageiros ricamente trajados. O mais belo de todos era
um príncipe que estava fazendo aniversário, ele não deveria ter
mais de 16 anos, e a pequena sereia se apaixonou por ele.
A sereiazinha ficou horas admirando seu príncipe, e só
despertou de seu devaneio quando o navio foi pego de surpresa por
uma tempestade e começou a tombar. A menina viu o príncipe cair no
mar e afundar, e se lembrou de que os homens não conseguem viver
dentro da água. Mergulhou na sua direção e o pegou já desmaiado,
levando-o para uma praia.
Ao amanhecer, o príncipe continuava desacordado. A sereia,
vendo que um grupo de moças se aproximava, escondeu-se atrás das
pedras, ocultando o rosto entre os flocos de espuma.
As moças viram o náufrago deitado na areia e foram buscar
ajuda. Quando finalmente acordou, o príncipe não sabia como havia
chegado àquela praia, e tampouco fazia idéia de quem o havia
salvado do naufrágio.
A princesa voltou para o castelo muito triste e calada, e não
respondia às perguntas de suas irmãs sobre sua primeira visita à
superfície.
A sereia voltou várias vezes à praia onde tinha deixado o
príncipe, mas ele nunca aparecia por lá, o que a deixava ainda
mais triste. Suas irmãs estavam muito preocupadas, e fizeram
tantas perguntas que ela acabou contando o que havia acontecido.
Uma das amigas de uma das princesas conhecia o príncipe e sabia
onde ele morava. A pequena sereia se encheu de alegria, e ia nadar
todos os dias na praia em que ficava seu palácio. Observava seu
amado de longe e cada vez mais gostava dos seres humanos,
desejando ardentemente viver entre eles.
A princesa, muito curiosa para conhecer melhor os humanos,
perguntou a sua avó se eles também morriam.
— Sim, morrem como nós, e vivem menos. Nós podemos
viver trezentos anos, e quando “desaparecemos” somos
transformadas em espuma. Nossa alma não é imortal. Já os humanos
têm uma alma que vive eternamente.
— Eu daria tudo para ter a alma imortal como os
humanos! — suspirou a sereia.
— Se um homem vier a te amar profundamente, se ele
concentrar em ti todos os seus pensamentos e todo o seu amor, e se
deixar que um sacerdote ponha a sua mão direita na tua,
prometendo-te ser fiel nesta vida e na eternidade, então a sua
alma se transferirá para o teu corpo. Ele te dará uma alma, sem
perder a dele... Mas isso jamais acontecerá! Tua cauda de peixe,
que para nós é um símbolo de beleza, é considerada uma deformidade
na terra.
A sereiazinha suspirou, olhando tristemente para a sua cauda
de peixe e desejando ter um par de pernas em seu lugar. Mas a
menina não esquecia a idéia de ter uma alma imortal e resolveu procurar a bruxa do mar, famosa por tornar sonhos de jovens
sereias em realidade... desde que elas pagassem um preço por isso.
O lugar onde a bruxa do mar morava era horrível, e a princesa precisou de muita coragem para chegar lá. A bruxa já a esperava, e foi logo dizendo:
— Já sei o que você quer. É uma loucura querer ter
pernas, isso trará muita infelicidade a você! Mesmo assim vou
preparar uma poção, mas essa transformação será dolorosa. Cada
passo que você der será como se estivesse pisando em facas
afiadas, e a dor a fará pensar que seus pés foram dilacerados.
Você está disposta a suportar tamanho sofrimento?
— Sim, estou pronta! — disse a sereia, pensando
no príncipe e na sua alma imortal.
— Pense bem, menina. Depois de tomar a poção você nunca
mais poderá voltar à forma de sereia... E se o seu príncipe se
casar com outra você não terá uma alma imortal e morrerá no dia
seguinte ao casamento dele.
A sereiazinha assentiu com a cabeça e, sem dizer uma palavra,
ficou observando a bruxa fazer a poção.
— Pronto, aqui está ela... Mas antes de entregá-la a
você, aviso que meu preço por este trabalho é alto: quero a sua
linda voz como pagamento. Você nunca mais poderá falar ou
cantar...
A princesa quase desistiu, mas pensou no seu príncipe e pegou
a poção que a bruxa lhe estendia. Não quis voltar para o palácio,
pois não poderia falar com suas irmãs, sua avó e seu pai. Olhou de
longe o palácio onde nasceu e cresceu, soltou um beijo na sua
direção e nadou para a praia.
Assim que bebeu a poção, sentiu como se uma espada lhe
atravessasse o corpo e desmaiou. Acordou com o príncipe
observando-a. Ele a tomou docemente pela mão e a conduziu ao seu
palácio. Como a bruxa havia dito, a cada passo que a menina dava
sentia como se estivesse pisando sobre lâminas afiadíssimas, mas
suportava tudo com alegria pois finalmente estava ao lado de seu
amado príncipe.
A beleza da moça encantou o príncipe, e ela passou a
acompanhá-lo em todos os lugares. À noite, dançava para ele, e
seus olhos se enchiam de lágrimas, tamanha dor sentia nos pés.
Quem a visse dançando ficava hipnotizado com sua graça e leveza, e
acreditava que suas lágrimas eram de emoção.
O príncipe, no entanto, não pensava em se casar com ela, pois
ainda tinha esperança de encontrar a linda moça que ele vira na
praia, após o naufrágio, e por quem se apaixonara. Ele não se
lembrava muito bem da moça, e nem imaginava que aquela menina muda
era essa pessoa...
Todas as noites a princesinha ia refrescar os pés na água do
mar. Nessas horas, suas irmãs se aproximavam da praia para matar a
saudade da caçulinha. Sua avó e seu pai, o rei dos mares, também
apareciam para vê-la, mesmo que de longe.
A família do príncipe queria que ele se casasse com a filha
do rei vizinho, e organizou uma viagem para apresentá-los. O
príncipe, a sereiazinha e um numeroso séquito seguiram em viagem
para o reino vizinho.
Quando o príncipe viu a princesa, não se conteve e gritou:
— Foi você que me salvou! Foi você que eu vi na praia!
Finalmente encontrei você, minha amada!
A princesa era realmente uma das moças que estava naquela
praia, mas não havia salvado o rapaz. Para tristeza da sereia, a
princesa também se apaixonara pelo príncipe e os dois marcaram o
casamento para o dia seguinte. Seria o fim da sereiazinha. Todo o
seu sacrifício havia sido em vão.
Depois do casamento, os noivos e a comitiva voltaram para o
palácio do príncipe de navio, e a sereia ficou observando o
amanhecer, esperando o primeiro raio de sol que deveria matá-la.
Viu então suas irmãs, pálidas e sem a longa cabeleira, nadando ao
lado do navio. Em suas mãos brilhava um objeto.
— Nós entregamos nossos cabelos para a bruxa do mar em
troca desta faca. Você deve enterrá-la no coração do príncipe. Só
assim poderá voltar a ser uma sereia novamente e escapará da
morte. Corra, você deve matá-lo antes do nascer do sol.
A sereia pegou a faca e foi até o quarto do príncipe, mas ao
vê-lo não teve coragem de matá-lo. Caminhou lentamente até a
murada do navio, mergulhou no mar azul e, ao confundir-se com as
ondas, sentiu que seu corpo ia se diluindo em espuma.

sábado, 21 de agosto de 2010

Espelho



O que vês?
Um mundo em mim,
um mundo que até
eu mesma desconheço.
E por não conhecê-lo
desejo estar profundamente
imersa nele,
me afogando do outro lado do espelho.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Não pensei que fosse assim




Não pensei que fosse assim,
desejar o teu corpo,
bem assim,
tão perto de mim.

E ver-me em teus olhos,
como um espelho
da minha própria alma,
deslizando em silencio
entre teus dedos.

E sentir tuas mãos
em meu rosto,
por ti acariciado,
entre as sombras
de um tênue medo em
ver-nos abandonados.

Não pensei que fosse assim,
estar em teus braços
e tê-lo, sempre...
tão assim,
bem perto de mim.

Gleice Solozabal

domingo, 8 de agosto de 2010

Distância



Sinto teus olhos tão longe
de mim
na distancia de um passo...

Na tua ausente presença
não sinto tua alma
não sinto teus lábios

Sou toda névoa
diante dos teus olhos
fugidios,
Sou o nada
nas tuas conversas
nos teus burburinhos.

Me sinto só,
apesar, que sempre aqui está,
ao meu lado
Mas não tenho mais noção de tempo
não tenho mais noção de espaço.

O meu lado está longe
no vazio dos meus braços.
Mas sei que tenho culpa
de vê-lo, as vezes, tão distante
dos meus olhos marejados.

A distância me devora
e tudo o que há em meu redor
Queria saber o que fazer,
diminuir essa ausência
que estou sentindo,
agora, consumindo meus dias
e todas as minhas horas...

Gleice Solozabal

domingo, 25 de julho de 2010

Retrato




Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios,
nem o lábio amargo.

Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração
que nem se mostra.

Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil:
- Em que espelho ficou perdida a minha face?

Cecília Meireles

sexta-feira, 9 de julho de 2010




"Nossa dor vem da distância entre aquilo que somos e o que idealizamos ser." Friedrich Nietzsche

sexta-feira, 2 de julho de 2010



As coisas que, as vezes, nos acontecem e que nos deixam tão tristes e desperançosos
sempre servem para nos deixar mais fortes, mesmo que a muito custo. Só temo que essa força se transforme em insensibilidade.