
quarta-feira, 27 de julho de 2011
sexta-feira, 15 de julho de 2011
Lábios cerrados

Por que há tanto silencio em mim?
Por que me deixei calar,
enterrando minha voz
em algum abismo
no fundo do mar...
Da minha alma,
sepultada em uma espera
que não sei precisar
mas que, às vezes, se faz tão constante
nestes doces olhos cansados de chorar.
O que sei de mim?
se meu corpo flutua em um espaço
que não sei mensurar
apenas flutuo, sem destino
por um puro e terrível medo...
de sonhar.
Apenas sonhar,
vivendo neste sonho
sem qualquer medo de acordar...
Gleice Solozabal
domingo, 12 de junho de 2011
Retorno

Só não choro com a tua ausência
porque o perfume que em meu corpo deixou
naquele abraço de despedida
é o suficiente para me lembrar
que, em breve você voltará para a minha vida.
Só não choro meu amor
porque o gosto que em minha boca deixou
naquele beijo de partida
é o suficiente para me lembrar
que, em breve você voltará para a nossa vida.
Tão suave como o vento que a manhã desperta
sem fazer da doce vigília, apenas...
uma noite esquecida.
Gleice Solozabal
sábado, 12 de março de 2011
Abstração

Há uma tristeza,
que vejo em mim habitar,
persistente,
se escondendo, as vezes,
no silencio dos meus lábios
ao mesmo tempo em que se revela,
sem pudor, nas frestas do meu olhar.
E nos meus olhos vem dançar,
em tênues oscilações,
me arrastando e me trazendo
como as ondas de um revolto mar.
Acabo me perdendo,
não sei se sou triste ou se é
apenas um momento em que
parei para pensar...
Na distancia que sinto
em perceber
que não pertenço a nenhum lugar.
Gleice Solozabal.
domingo, 6 de março de 2011
Não havia tanto silencio em mim
Não reconheço mais
aqueles olhos tão profundos
que agora se furtam aos meus
como, se nada mais, houvesse entre nós.
Se escondem, deslizando pelas sombras
num silencio confuso
que embarga a minha voz.
E fico sem saber o que pensar o que dizer,
perdida entre a densa névoa
que vejo turvar os teus olhos
enquanto a noite se aproxima em sua alma
sem que eu possa ver um amanhecer.
O que poderei fazer, se a distância,
de mim, já se apossou por inteiro,
tornando-se o único elo entre nós,
como em um sonho; vazio
em que não vejo teus olhos,
não sinto teu corpo...
não ouço nem ao menos ... a tua voz...
Gleice Solozabal.
domingo, 13 de fevereiro de 2011
sexta-feira, 21 de janeiro de 2011
ANJO CAÍDO
Seria eu, um anjo caído, de suas mãos?
Desencontrada de minha tola sacralidade,
que deixei esquecida,
para morrer em minha falta de razão?
Experimentando todas as vaidades mortais,
sem medo da culpa, da punição,
dos julgamentos morais.
Para viver um instante em teus braços
os restos de uma eternidade fugaz,
que se vai com o tempo
sem deixar nada para trás...
Gleice Solozabal.
terça-feira, 30 de novembro de 2010
No porto da saudade

Não sei aonde vou
com os meus olhos cansados
em não ver-te chegar.
Das águas turvas
em que resolves-te
se aventurar.
Bem longe, dos meus braços
das minhas mãos
que buscam sempre
te alcançar.
Assim, como num sonho
em que tudo é tão próximo
e, ao mesmo tempo
tão distante.
Como o teu beijo último
que ainda sinto,
em meus lábios pousar.
Doce, perdido
como a solitária ave
que voa pelo mar.
Gleice Solozabal
domingo, 28 de novembro de 2010
Apelo

Meus desejos, meus sonhos
todos são tão ocultos
que nem eu mesma
sei dizer quais são...
Tão fugidios e silenciosos
deslizam pelos meus olhos,
parados
e se refugiam no meu pobre coração.
meu coração...
Que bate apenas para viver,
e não mais para sonhar?
Aonde estão?
Dizei-me!
Antes que os meus olhos
cansados
não tenham mais forças
para procurar...
O que sei que dentro de mim está,
em algum lugar
entre o medo de viver
e o anseio de sonhar.
Gleice Solozabal
quarta-feira, 10 de novembro de 2010
Até breve?

No teu olhar,
por que não vejo
nada além de uma
despedida?
Por que, dizei-me
assim,
em teu terno silencio
que tão logo
haverá a tua partida?
Deixando-me tão sozinha
antes mesmo
que a tua ausência
se consuma em minha vida.
Dizei-me se alguma coisa
poderei fazer para evitar
que a tua distancia
se torne um motivo
a mais para chorar.
Até que todas as lembranças
se cicatrizem
em meus olhos cansados,
em tuas mãos feridas
por um medo confuso
de uma breve despedida.
Gleice Solozabal
domingo, 7 de novembro de 2010
A espera...

Deixei teu rosto guardado
aqui, em algum lugar
da minha memória.
Até que volte
em algum tempo,
que não seja tão distante
da nossa história.
Está guardado
como um segredo
que revelo apenas
nas frias noites
do meu silencio.
Apenas, quando percebo
a solidão
que o meu coração parte
nesse medo infindável
de que não voltes
de que eu viva apenas
de saudades.
Meu amor, tua imagem
aqui em meu peito
sempre estará
mesmo que de mim
se tenha esquecido
e não penses mais
em um dia voltar.
Gleice Solozabal
sábado, 6 de novembro de 2010
Naquela noite de inverno

Quando percebi seu rosto
banhado pelo luar
não sabia ao certo
se era real ou se na verdade
estava a sonhar.
Pela primeira vez
consegui enxergar
a beleza translúcida
que emanava do teu olhar.
Naquele momento não consegui
deixar de me apaixonar.
Mesmo após tantos encontros
foi naquele momento
que comecei a te amar.
Naquela noite de inverno
jamais esquecida
porque em teus doces olhos
descobri, sem querer,
a razão da minha vida.
Gleice Almeida Solozabal.
quarta-feira, 3 de novembro de 2010
É só olhar...

Eu sou um sonho
que se perdeu no tempo,
no meu próprio silencio,
demasiado e contínuo.
Desencontrada dos
meus próprios sonhos
sabendo para onde ir
mas sem saber como chegar
Me perdi de mim
e estou tão sozinha
sem saber como me encontrar.
Sem saber, aonde minha alma está...
Aqui mesmo,
dentro do meu peito,
mas como faço, afinal
para enxergar o que sei
que diante de mim está
Sei que é só olhar,
é só olhar,
é só olhar...
Gleice Solozabal
Quando os frios amam
Por que estaria só, assim
num sonho que não termina?
Se os sonhos não conseguem ser
senão compartilhados...
Mesmo no coração mais frio
de desejos mais escusos
está o mais secreto,
de experimentar a vida e a morte
com alguém, por vezes,
ainda não revelado
Mas, quando este se revela
entre as sombras de um doce
medo infundado....
Seus olhos vibram
à medida do abismo
e nele se afunda, sempre...
Eis aí, o sonho revelado,
na treva do teu seio
que se descobre,
de alguma forma e sempre,
mudado...
Gleice Solozabal
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
Ausência - Vinicius de Moraes

Eu deixarei que morra em mim o desejo
de amar os teus olhos que são doces
Porque nada te poderei dar senão a mágoa
de me veres eternamente exausto
No entanto a tua presença é qualquer coisa
como a luz e a vida
E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto
e em minha voz a tua voz
Não te quero ter porque
em meu ser está tudo terminado.
Quero só que surjas em mim
como a fé nos desesperados
Para que eu possa levar uma gota de orvalho
nesta terra amaldiçoada
Que ficou sobre a minha carne
como uma nódoa do passado.
Eu deixarei ... tu irás e encostarás
a tua face em outra face
Teus dedos enlaçarão outros dedos
e tu desabrocharás para a madrugada
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu,
porque eu fui o grande íntimo da noite
Porque eu encostei a minha face
na face da noite e ouvi a tua fala amorosa
Porque meus dedos enlaçaram os dedos
da névoa suspensos no espaço
E eu trouxe até mim a misteriosa essência
do teu abandono desordenado.
Eu ficarei só
como os veleiros nos portos silenciosos
Mas eu te possuirei mais que ninguém
porque poderei partir
E todas as lamentações do mar,
do vento, do céu, das aves, das estrelas
Serão a tua voz presente, a tua voz ausente,
a tua voz serenizada.
Vinicius de Moraes
domingo, 24 de outubro de 2010
Efemeridade

Olho-me no espelho
e não vejo nada
além das sombras
do meu pensamento,
vagando, silencioso
neste triste sentimento
que do meu peito
desperta,
sem medo
prendendo-me
em um mundo paralelo
ao que estou vivendo
E mesmo tão presa
tão impotente
luto para sair
e viver um pouco
o que há além de mim
pois não há muito tempo,
quando menos se espera
tudo cessa,
tudo se vai
como levado pelo vento.
Gleice Solozabal
Desprecio
Pertubação

Deixe meus sonhos
caírem em suas mãos
doces como o mel
venenosos como um ferrão.
deixe que se impregne
nos teus enganosos lábios
nestes olhos mentirosos
de falso desagrado
Em ver-me assim,
tão perto de ti
Do teu corpo, estremecido
invadindo tua
inconstante presença
com todo o meu corpo
e todo o meu espírito.
Deixe meus braços
nos teus, perdidos
e veja como aquele amor
de outrora
jamais foi esquecido.
Mas, está aqui
bem aqui
nos teus olhos...
Gleice Solozabal
quinta-feira, 21 de outubro de 2010
O tempo é muito lento para os que esperam...

O tempo é muito lento para os que esperam
Muito rápido para os que tem medo
Muito longo para os que lamentam
Muito curto para os que festejam
Mas, para os que amam, o tempo é eterno.
William Shakespeare
quinta-feira, 7 de outubro de 2010
Apenas silencio
quarta-feira, 29 de setembro de 2010
segunda-feira, 27 de setembro de 2010
A vida é um sonho...
Presença

Dizei-me o que há em mim
que não vejo outro destino
a não ser estar bem perto de ti?
Mesmo em iludidos momentos
em que paro para te perceber
e constatar que não vives
apenas em meu pensamento.
Mas está aqui, ao meu lado
olhando-me em segredo
em discretos sorrisos
dos quais não percebo...
Às vezes,
entre a minha distancia
e o teu silencio,
tão calmo, pedindo-me
nessas surdas palavras
para não te esquecer
e apenas
te amar...
Gleice Solozabal
domingo, 26 de setembro de 2010
Eu Sei Que Vou te Amar
Eu sei que vou te amar
Por toda a minha vida eu vou te amar
Em cada despedida eu vou te amar
Desesperadamente, eu sei que vou te amar
E cada verso meu será
Prá te dizer que eu sei que vou te amar
Por toda minha vida
Eu sei que vou chorar
A cada ausência tua eu vou chorar
Mas cada volta tua há de apagar
O que esta ausência tua me causou
Eu sei que vou sofrer a eterna desventura de viver
A espera de viver ao lado teu
Por toda a minha vida
Composição: Tom Jobim / Vinícius de Moraes
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